Infográfico: Raio X do Consórcio de Imóveis no Brasil


Esse infográfico tem como objetivo dar uma visão abrangente do cenário e os principais atores que atuam no contexto do Consórcio de Imóveis no Brasil.

Para isso, percorreremos um caminho que vai desde as origens do consócio ainda nos anos 1960, passando por sua regulação e autorregulação, pelos números dos últimos 10 anos (de 2005 a 2015), pelo perfil dos consorciados e um ranking de administradoras pelo porte (número de cotistas). Fecharemos com alguns dados recentes sobre o consórcio de imóveis.

As origens

O consórcio nasce em 1960 da ideia de dois colegas da UNB que trabalhavam no Banco do Brasil, um formado em economia e outro em processamento de dados, que desejam comprar um Fusca Zero KM e tiveram a ideia de formar grupos para financiar os bens que seriam sorteados mensalmente.

Em reuniões de amigos e vizinhos da pequena comunidade de funcionários do Banco do Brasil vivendo Brasília nos anos iniciais da Capital Federal, iniciou-se de forma caseira essa modalidade que já ultrapassa os 50 anos de vida.

O crescimento foi rápido, pois em 1967 a fábrica de automóveis Willys já tinha mais de 50 mil consorciados em sua carteira, ano em que também foi criada a ABAC (Associação Brasileira de Administradoras de Consórcio) para unir 3 grupos de administradoras: aquelas chamadas independentes, as ligadas aos fabricantes e as ligadas aos revendedores de automóveis.

Mas foi somente em 1982 que a ABAC se reuniu pela primeira vez com o objetivo de criar regulamentações para iniciar a comercialização do consórcio de imóveis e, mais à frente, em 1990 é que serão estabelecidas as normas para a organização e funcionamento de consórcios destinados aos bens imóveis residenciais.

Regulação e autorregulação

Com a rápida expansão da modalidade para a aquisição de automóveis, tornou-se importante, tanto para salvaguardar os interesses dos cotistas, quanto para manter a integridade do sistema, que se estabelecessem normas e regras e se definissem instituições que pudessem olhar para esses interesses.

Regulação

A primeira normativa relacionada ao tema data do ano de 1967 (Resolução nº 67, de 21/09/1967 pelo Conselho Monetário Nacional) e a primeira Lei que menciona a modalidade de consórcios foi sancionada em 1971 (Lei nº 5.768, que é regulamentada somente em agosto de 1972 pelo Decreto nº 70.951).

Por conta dessa lei, o primeiro órgão público alocado para a função de regular o sistema de consórcio e o trabalho das administradoras dos grupos, foi o Ministério da Fazenda, por meio da Secretaria da Receita Federal.

Será somente em 4 de março de 1991, pela Lei nº 8.177, que o Banco Central do Brasil passará a ter também a função de regular os consórcios e assim permanece até os dia atuais.

Autorregulação

Antes mesmo de existir a primeira normativa que menciona a modalidade dos consórcios, em 20 de junho de 1967, as administradoras de consórcio se reuniram para formarem a Associação Brasileira das Administradoras de Consórcio – ABAC e cuidar da manutenção de um ambiente saudável e proporcionar confiança ao cotista em relação à integridade dos atores envolvidos nesse novo modelo de financiamento de bens e serviços.

Em 1970, nascerá o SINAC, que de Associação Profissional dos Administradores de Consórcios do Estado de São Paulo, passará a se chamar Sindicato dos Administradores de Consórcios do Estado de São Paulo e, em 1981 Sindicato Nacional dos Administradores de Consórcio. Já no ano de 1982 o SINAC se une a ABAC.

Em 1983 é constituída a Alaco – Associação Latino-Americana de Administradores de Consórcios, que mais tarde passa a se chamar Aiaco – Associação Internacional de Administradores de Consórcios.

A evolução dos números

Os arquivos com as séries históricas relacionados ao consórcio de imóveis podem ser encontrados no site do Banco Central do Brasil em arquivos em Excel e tem início no ano de 1997.

Para os objetivos desse artigo, utilizaremos os dados relacionados a evolução de cotas ativas desde o ano de 2005 até o final do ano de 2015.

Ao longo dos últimos 10 anos o consórcio cresceu 1,5 vezes (153,9% no período), saindo de 317.100 participantes ativos e chegando em 2015 com 805.000, um aumento de quase meio milhão de participantes ou 9,8%a.a.

O perfil dos consorciados

A Quorum Brasil em parceria com a ABAC entrevistou 1.400 clientes de 8 capitais brasileiras e produziu informações sobre o Perfil do Consorciado no Brasil. A pesquisa tinha por objetivo compreender melhor o comportamento dos clientes, seus objetivos e como eles utilizavam o consórcio em suas estratégias pessoais, mas trouxe também algumas informações sobre o perfil demográfico.

Gênero

Mais da metade dos consorciados são do sexo masculino, numa proporção de 60% para 40% de mulheres.

Os homens passam da média nos consórcios de motocicletas e caminhões, com 73% e 70% respectivamente, enquanto as mulheres se destacam na compra de serviços (58%) e eletroeletrônicos (55%).

Classe Social

A classe C é a mais representativa com 44%, seguida classe B, com 26%. As classes D e A, ficam com 23% e 7%, respectivamente.

Idade

A idade não parece ser um fator que determina a aquisição de um consórcio, com uma boa distribuição. Os jovens até 29 anos, representaram 17% do total, enquanto as pessoas de entre 30 e 39 anos, 26%. Entre os mais velhos, de 40 a 49 e mais de 50 anos, temos 23% e 34%, respectivamente.

Em comparação à pesquisa anterior de 2006, a participação dos mais jovens aumentou em 50% nos consórcios de imóveis.

As 10 maiores administradoras

Segundo informações do Banco Central do Brasil, as dez maiores Administradoras de Consórcio detêm 76,6% de todo o segmento e representam 8,9% dos participantes do ramo consórcio de imóveis.

Alguns números de 2016 sobre o Consórcio de Imóveis

Segundo pesquisa da ABAC de dezembro de 2016, dos 784 mil participantes ativos em consórcio de imóveis em outubro de 2016, e foram contemplados durante o ano cerca de 60 mil consorciados com cartas de crédito.

Os créditos foram utilizados majoritariamente para a aquisição de imóvel residencial (71,1%) e, empatados no segundo lugar, a compra de terrenos e reformas, com quase 11% cada. Ainda temos que 3,5% dos créditos foram utilizados para a compra de imóveis comerciais e, novamente empatados com 1,7% cada, casas de veraneio e outras situações. E apenas 0,3% foi utilizado em imóveis na planta.

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